Enquanto nos países desenvolvidos mais da metade dos jovens que estudam cursa algum tipo de Educação Profissional, no Brasil essa taxa não chega a 12%. O dado é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) .
Neste contexto, especialistas alertam para a necessidade de adequação dos currículos e das estratégias de aprendizado, para a transformação das redes de ensino e da Educação Básica no país.
Para diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, a mudança exige uma readequação da estrutura do Estado e escolas.
“A nossa visão, da Confederação Nacional da Indústria, vai muito nessa direção de estabelecer uma agenda que seja importante para a realidade brasileira, para os problemas que nós temos hoje de juventude no país. Nós temos um grande contingente de jovens que são vítimas exatamente dessa baixa capacidade de diálogo entre o nosso modelo educacional e as opções e projetos de vida dos jovens que passam pela escola. Precisa haver maior diálogo no Brasil com relação a essa questão, como, aliás, acontece no resto do mundo.”
Segundo a especialista em gestão escolar Juliana Diniz, os tempos mudaram e a educação pede dinamismo e um ajuste às novas tecnologias.
“Num contexto da modernidade com todas essas possibilidades de mudanças aceleradas, quando você considera esse cenário e coloca um componente de qual lugar estamos nas escolas
no país, claro que temos cases de sucesso, mas de regra estão com a cabeça e mentalidade do século 19, século 20, educando alunos do século 21. Quando pensa nesse lapso, nos parece que essa proposta traz um quê de modernidade, possibilitando que cada um dos alunos escolha determinadas habilidades e com isso tenha chance de melhorar a qualidade daquilo que se constrói, processo de escolha, o empoderamento desse aluno, o considerando pessoa de potência.”
Esse já é o exemplo praticado na Áustria e na Finlândia. O percentual de jovens que cursam trilhas vocacionais era cerca de 70% em 2015.
Atuar sobre a composição da oferta de vagas, com foco na educação profissional e na adequação da oferta de educação profissional e superior às demandas de médio e longo prazos do setor produtivo faz parte das propostas da indústria para a agenda dos presidenciáveis nestas eleições.